Sem deixar de lado o forró e a balada, pop e acordeom marcam presença no repertório que convida a dançar
Naturais de Abre Campo, na Zona da Mata mineira, eles cresceram ouvindo os clássicos que saíam da radiola do avô, Tonico Chaves. Eis que aqueles timbres voltam repaginados.
Sem desprezar as referências pop que colocaram a dupla em patamar invejável no recente cenário musical brasileiro, Amor de alma investe no que se pode chamar de sertanejo tradicional. O acordeom, por exemplo, é ouvido em 10 das 12 canções. Victor Chaves assina sete faixas sozinho e outra em parceria com o irmão. As demais são regravações.
PASSADO Boteco de esquina abre o disco e manda um recado ao ouvinte. Primeiro: trata-se de álbum dançante, diferente dos outros. Segundo: as homenagens ao passado serão recorrentes, com direito à citação de Fio de cabelo, clássico gravado por Chitãozinho e Xororó na década de 1980.
A sequência “memória afetiva” traz sucessos antigos, como Fuscão preto, O doutor e a empregada, Passe livre e Se eu não puder te esquecer, de Moacyr Franco.
Como sempre, os irmãos insistem em reafirmar influências que vão de Eric Clapton ao Trio Parada Dura. Desta vez, Victor e Leo acrescentaram ao repertório a regravação da balada Sexy Yemanjá, de Pepeu Gomes e Tavinho Paes.
PAULA Amiga de longa data, Paula Fernandes é a única convidada especial do álbum. A conterrânea mineira divide os vocais com os irmãos em Sonhos e ilusões em mim, uma das faixas mais lentas do disco.
Ainda que soe diferente da discografia de Victor e Leo, Amor de alma não parece fadado a ter trajetória muito distinta dos álbuns anteriores. A esses irmãos mineiros continua assegurado papel de destaque no cristalizado filão sertanejo.
Fonte: Uai